Editora: Chiado
Sinopse: A Garota que Tinha Medo - Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.
O livro vai contar a história de
Marina uma jovem paraguaia , no começo da história ela é uma pré- vestibulanda,
que quer cursar jornalismo, ela é muito dedicada aos estudos e tem uma mãe um
tanto quanto dominadora e um namorado um tanto estranho.
A fase pré ingresso na faculdade
costuma ser uma fase bem conturbada, afinal marca o começo da vida adulta e
escolher uma profissão é quase como escolher os rumos que sua vida vai tomar
nos próximos anos. A cobrança externa é grande, mas algumas pessoas se cobram
demais e essa cobrança acaba se tornando uma coisa tóxica, que vai envenenando
a vida pouco a pouco e que quando a pessoa percebe ela já está envolta nessa
nuvem sufocante.
No caso de Marina foram a
ansiedade, a insegurança, a mudança, a pressão da mãe e principalmente suas
próprias cobranças que desenvolveram uma síndrome do pânico nela e que trouxe uma
série de consequências para vida dela.
“Sempre fui perfeccionista,; nunca me contentei com outra coisa senão a perfeição. E eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que eu não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto.
Mais que criativa, me considero uma garota sensível. Sou fotógrafa amadora e algumas imagens banais simplesmente me encantam. Suspeito que fotografo muitas vezes, o que ninguém vê. Mas, se é assim, quem me deu esses olhos? Às vezes preferia não tê-los. Um pouco de insensibilidade me faria sofrer menos.”
Página 9
Imaginem o drama da mudança da adolescência
para a vida adulta + uma mãe exigente + uma alto crítica enorme + crise de
pânico, que apresenta quase o vocs mesmos sintomas de um infarto e mexe com seu
corpo de uma forma que você perde o controle e fica paralisado? Acrescente o
fato de que ela pode acontecer na frente do novo namorado ou de toda sua turma
na faculdade e pronto, agora você tem uma ideia básica do que a Marina passou.
Achei que a construção do quadro psicológico, os aspectos farmacológicos e os
sintomas e explicações que o autor usam são muito pertinentes, ele fez uma boa
pesquisa e consiguiu passar para o papel a tortura que deve ser sentir essas
coisas, achei realmente prazerosa a parte do tratamento dela.
Como (futura) profissional da
saúde, entendo os aspectos fisiológicos que ela apresentou e a discriminação
causada pela falta de conhecimento das pessoas, taxar quem sofre de algum
transtorno psicológico como louco é ignorância e segregar essa pessoa é
maldade. Em casos como esse além de apoio profissional, é muito importante o
apoio da família e dos amigos, porque a segurança é fundamental para o
tratamento.
Acho que a história se desenvolve
bem, embora em alguns momento eu não sentisse que era uma menina/mulher que
estava contando sua história e em alguns momentos eu sentia que a narradora
estava um pouco fria para a situação, adorei o desenvolvimento e amadurecimento
da personagem da história, que foi baseado num esforço dela mesma em aceitar
suas limitações e aprender a conviver com elas.
Outra coisa bem interessante no
livro é a relação com a religião e com Deus, a forma leve (ás vezes até engraçado) que o autor usou para
abordar não tornou o assunto chato ou cansativo, as questões que ela levanta
são pertinentes ao momento que ela está passando.
Além desses temas o autor aborda
o uso de drogas (que eu achei que ficou um pouco perdido na história), as
relações interpessoais e a perda.
No fim achei a Marina muito real,
ela poderia ser uma amiga minha ou eu mesma e isso faz com que a leitura seja
prazerosa e empática.
Por hoje é só!
;)
** O livro a menina que tinha o medo me foi enviado pelo autor para compartilhar minhas experiências de leitura aqui . Caso
queira mandar seu livro para resenha é só entrar em contato pelo e-mail
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