quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

{Fabi} Tá lido # 69 - A menina que tinha medo, Breno Melo

Páginas :280
Editora: Chiado

Sinopse: A Garota que Tinha Medo - Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.




O livro vai contar a história de Marina uma jovem paraguaia , no começo da história ela é uma pré- vestibulanda, que quer cursar jornalismo, ela é muito dedicada aos estudos e tem uma mãe um tanto quanto dominadora e um namorado um tanto estranho.

A fase pré ingresso na faculdade costuma ser uma fase bem conturbada, afinal marca o começo da vida adulta e escolher uma profissão é quase como escolher os rumos que sua vida vai tomar nos próximos anos. A cobrança externa é grande, mas algumas pessoas se cobram demais e essa cobrança acaba se tornando uma coisa tóxica, que vai envenenando a vida pouco a pouco e que quando a pessoa percebe ela já está envolta nessa nuvem sufocante.

No caso de Marina foram a ansiedade, a insegurança, a mudança, a pressão da mãe e principalmente suas próprias cobranças que desenvolveram uma síndrome do pânico nela e que trouxe uma série de consequências para vida dela.

“Sempre fui perfeccionista,; nunca me contentei com outra coisa senão a perfeição. E eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que eu não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto.
Mais que criativa, me considero uma garota sensível. Sou fotógrafa amadora e algumas imagens banais simplesmente me encantam. Suspeito que fotografo muitas vezes, o que ninguém vê. Mas, se é assim, quem me deu esses olhos? Às vezes preferia não tê-los. Um pouco de insensibilidade me faria sofrer menos.”
Página 9

Imaginem o drama da mudança da adolescência para a vida adulta + uma mãe exigente + uma alto crítica enorme + crise de pânico, que apresenta quase o vocs mesmos sintomas de um infarto e mexe com seu corpo de uma forma que você perde o controle e fica paralisado? Acrescente o fato de que ela pode acontecer na frente do novo namorado ou de toda sua turma na faculdade e pronto, agora você tem uma ideia básica do que a Marina passou.

Achei que a construção do quadro  psicológico, os aspectos farmacológicos e os sintomas e explicações que o autor usam são muito pertinentes, ele fez uma boa pesquisa e consiguiu passar para o papel a tortura que deve ser sentir essas coisas, achei realmente prazerosa a parte do tratamento dela.

Como (futura) profissional da saúde, entendo os aspectos fisiológicos que ela apresentou e a discriminação causada pela falta de conhecimento das pessoas, taxar quem sofre de algum transtorno psicológico como louco é ignorância e segregar essa pessoa é maldade. Em casos como esse além de apoio profissional, é muito importante o apoio da família e dos amigos, porque a segurança é fundamental para o tratamento.

Acho que a história se desenvolve bem, embora em alguns momento eu não sentisse que era uma menina/mulher que estava contando sua história e em alguns momentos eu sentia que a narradora estava um pouco fria para a situação, adorei o desenvolvimento e amadurecimento da personagem da história, que foi baseado num esforço dela mesma em aceitar suas limitações e aprender a conviver com elas.

Outra coisa bem interessante no livro é a relação com a religião e com Deus, a forma leve (ás vezes  até engraçado) que o autor usou para abordar não tornou o assunto chato ou cansativo, as questões que ela levanta são pertinentes ao momento que ela está passando.

Além desses temas o autor aborda o uso de drogas (que eu achei que ficou um pouco perdido na história), as relações interpessoais e a perda.
No fim achei a Marina muito real, ela poderia ser uma amiga minha ou eu mesma e isso faz com que a leitura seja prazerosa e empática.

Por hoje é só!
;)


** O livro a menina que tinha o medo me foi enviado pelo autor para compartilhar minhas experiências de leitura aqui . Caso queira mandar seu livro para resenha é só entrar em contato pelo e-mail

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