Autor: Lois Lowry
Editora: Laurel Leaf
Número de páginas: 192
Nível de inglês: fácil
Skoob :: Goodreads
Avaliação: 4 estrelas!
Sinopse: Jonas's world is perfect. Everything is under control. There is no war or fear of pain. There are no choices. Every person is assigned a role in the community. When Jonas turns 12 he is singled out to receive special training from The Giver. The Giver alone holds the memories of the true pain and pleasure of life. Now, it is time for Jonas to receive the truth. There is no turning back.
A primeira vez que ouvi falar desse livro foi em um canal gringo que eu acompanho, da Wiebke, uma alemã fofa, e canal dela é o 1book1review. Ela falou muito bem do livro e já me interessei pela história, pois se trata de uma distopia com foco no público juvenil.
The Giver conta a história de uma sociedade totalmente controlada, equilibrada, perfeita (dependendo do ponto de vista, é claro). Em um futuro distante, após o planeta passar por coisas muito ruins, a humanidade, para ser capaz de voltar a ter condições de sobrevivência, teve que abdicar de algumas coisas, como por exemplo, o amor, a música, cores, sol, neve etc. Eles enxergam tudo em cinza.
“The life where nothing was ever unexpected. Or inconvenient. Or unusual. The life without colour, pain or past”
As famílias são planejadas. Por exemplo, um homem se candidata a se casar e o conselho desta comunidade vai decidir quem é a melhor mulher para formar uma unidade familiar com ele. E, depois de um tempo juntos, esta família pode se inscrever para receber uma criança como filho.
A comunidade é humilde, com casas pequenas e cada família recebendo a quantidade correta de alimentos todos os dias, para não ter desperdício. Tudo realmente tudo bem equilibrado e organizado.
As crianças são divididas em grupos de idade. Independente do mês do ano que elas nascem, o aniversário e a cerimônia são feitos em Dezembro, todas juntas. Nesta cerimônia, cada criança vai receber um novo item de acordo com a sua idade. Por exemplo, uma roupa nova, um corte de cabelo ou a mais esperada de todas: a bicicleta, que é o meio de transporte de todos nesta comunidade.
Jonas é um Onze, ou seja, ele tem onze anos e está prestes a se tornar um Doze. Aos doze anos, após rígida observação dos anciãos da comunidade, durante as horas de trabalho voluntário dessas crianças, elas recebem uma profissão que vão seguir para toda a vida.
Durante a cerimônia, Jonas está muito ansioso, pois não tem ideia de qual será a profissão que será atribuída a ele. E para a sua surpresa, durante a atribuição, a anciã pula Jonas e continua chamando as outras crianças. O maior medo dele é ser dispensado (release, como é colocado no livro, não sei exatamente qual palavra se usa no livro em Português), as pessoas pessoas mais velhas, quem quebra as regras severamente por três vezes é dispensado, bebês que não servem para a comunidade etc. E ninguém sabe o que é ser dispensado, para onde a pessoa vai, só se sabe que a pessoa nunca mais é vista.
Ao final da cerimônia, Jonas recebe a explicação por ter sido pulado durante a atribuição. A ele não foi atribuída nenhuma profissão, mas ele foi selecionado especialmente para uma função, por possuir olhos que enxergam além das coisas como elas são.
Jonas é selecionado para ser o guardião de memórias (The Receiver). Mas não são simples memórias, mas as memórias de todos os tempos, muito antes do mundo passar pelo que passou, até existir a comunidade dele. O tutor dele será o The Giver (O Doador), sem nome mesmo, Jonas apenas o chama de Giver. E a partir do Doador, Jonas vai receber as memórias, tanto boas, quanto ruins.
“The worst part of holding the memories is not the pain. It's the loneliness of it. Memories need to be shared”
E durante esse processo, sabendo de como tudo era antigamente, sensações, os sentimentos, principalmente o amor (que nesta comunidade é suprimido através de comprimidos tomados diariamente), o sol, neve etc, vão fazer com que Jonas questione o sistema sob qual eles vivem.
“If you were to be lost in the river, Jonas, your memories would not be lost with you. Memories are forever”
E apesar de ter apenas 12 anos, Jonas tem uma maturidade muito bela, é muito compreensivo, carinhoso. A relação dele com o The Giver é muito bonita. Os diálogos entre os dois soam como um avô e um neto, um ensinando ao outro as coisas da vida.
E mesmo sendo um livro destinado ao público jovem, o conteúdo reflexivo dele é bem profundo, mas nada que seja difícil de assimilar. A mensagem contida na história, apesar de simples (os mais insensíveis chamariam de clichê), é muito bonita e atual. Jonas é um verdadeiro herói mirim!
“I liked the feeling of love,' [Jonas] confessed. He glanced nervously at the speaker on the wall, reassuring himself that no one was listening. 'I wish we still had that,' he whispered. 'Of course,' he added quickly, 'I do understand that it wouldn't work very well. And that it's much better to be organized the way we are now. I can see that it was a dangerous way to live.'...'Still,' he said slowly, almost to himself, 'I did like the light they made. And the warmth”
E muito admiro a autora por ter criado uma sociedade tão complexa, uma história completa e rica em tão poucas páginas. Uma história que começa como uma utopia e, gradativamente, vai se tornando uma distopia. O livro não chega a 200 páginas. Em minha opinião, ela cumpriu o seu objetivo com qualidade.
Em alguns trechos da história, principalmente durante a cerimônia dos Doze, eu achei que ela enrolou um pouco e a leitura ficou um pouquinho arrastada, mas nada assim grave. Foram poucas páginas que, ao longo da história, foram muito importantes para o entendimento do enredo. E a agonia que eu passei no último terço do livro?! Uau, Lois, você me mata assim!
“For the first time, he heard something that he knew to be music. He heard people singing. Behind him, across vast distances of space and time, from the place he had left, he thought he heard music too. But perhaps, it was only an echo”
E agora, falando do livro quanto ao inglês dele. O nível é fácil, mas exige vocabulário bem treinado. Como os membros da comunidade se preocupam demais com a precisão da linguagem, eu me deparei com algumas palavras diferentes, que eu nunca imaginei que fosse ver. Resumindo, é um vocabulário mais formal, mas que é fácil de entender caso precise traduzir alguma frase inteira, pois não há gírias dos jovens. Podem ficar tranquilos que não vão ficar precisar acessar um Urban Dictionary para entender a criançada. Um bom dicionário de inglês é o suficiente. Melhor ainda se for um dicionário Inglês-Inglês.
Recomendo muitíssimo a leitura desse livro, ele possui tradução para o português, o título é O Doador, lançado pela Sextante. Não procurei muito pelo livro, mas me lembro de tê-lo visto por um preço razoável na loja virtual da Saraiva.
E se você sabe inglês, não perca a oportunidade desta leitura. Vai ter fazer muito bem para a mente, coração e aprendizado no idioma.
E esse livro vai virar filme, no site do Papel Pop tem mais informações \o/ Brenton Thwaites vai fazer o papel do Jonas e Jeff Bridges será o The Giver. Bem, não sei como os personagens serão caracterizados, mas imaginava o The Giver bem mais velhinho e o Jonas mais jovenzinho. E teremos também a nossa diva Meryl Streep como a Anciã Chefe.
Quem aí está ansioso para o filme também? o/
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