sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

'Tá lido #34 - Palestina: Uma nação ocupada e Palestina: Na faixa de Gazza, Joe Sacco

Palestina: Uma Nação Ocupada - Joe Sacco
Páginas: 160  
Editora: Conrad 
Avaliação: 5 estrelas!
Sinopse: O livro é resultado de uma longa viagem que o autor fez ao Oriente Médio. Durante dois meses, Sacco coletou histórias nas ruas, nos hospitais, nas escolas e nas casas dos refugiados. Presenciou violentos confrontos dos soldados com a população e entrevistou vítimas de tortura. Conversou com militantes, com outros já conformados com a situação, com velhos e crianças. Ainda que Sacco não disfarce sua simpatia pela causa palestina, o livro está bem longe de poder ser considerado propaganda. Tem muito humor, auto-ironia e nuances para isso. Um livro fundamental, que transcende o mundo das histórias em quadrinhos e deve ser lido por todos os interessados em bom jornalismo. Vencedor do Prêmio HQMix de Melhor Graphic Novel Estrangeira de 2000 e do American Books Award de 1996. Inclui prefácio de José Arbex.

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Palestina: Na Faixa de Gaza
Páginas: 141
Editora: Conrad 
Avaliação Pessoal: 5 estrelas e favorito!
Sinopse: O livro é a viagem que Joe Sacco fez ao Oriente Médio, entre 1991 e 1992. Durante dois meses ele coletou histórias nas ruas, nos hospitais, nas escolas e nas casas de refugiados, onde ele fez mais de 100 entrevistas com palestinos e judeus. Com rara sensibilidade e perspicácia, o artista criou uma série de nove histórias. "Palestina - Uma nação ocupada", publicada pela Conrad em 2000, reuniu alguns desses relatos. "Palestina - Na Faixa de Gaza" dá continuidade às incursões de Sacco por essas regiões. "Palestina - Na Faixa de Gaza" não é ficção. É vida real. É jornalismo. Prefácio de Edward W. Said.


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Esse quadrinho é tocante, triste e nos causa uma certa revolta, pelo assunto que trata e pela forma que o tema conflitos na Faixa de Gaza, entre árabes e judeus, a vida, o cotidiano, a pobreza e o contato precoce das crianças com a violência da guerra. 
Além disso mostra como o Joe Sacco, um repórter do ocidente se importa somente com a desgraça pra montar sua história, seus gibis como ele mesmo disse. A crítica velada aos interesses pesssoais ocidentais na desgraça dos palestinos, eles usam essa desgraça apenas para se promover, mas não tem interesse em contribuir efetivamente, com soluções e verba, coisas que podem mudar realmente o contexto e a vida dos palestinos.


E essa crítica envolve outro ponto polemico, até que ponto outros povos tem responsabilidade em assumir as brigas e desgraças alheias? Será que cabe a terceiros resolver os problemas deles? É ético deixar milhares de pessoas morrerem?

Fiquei me questionando sobre tudo isso durante a leitura, por alguns momentos vi os judeus como vilões, mas logo me lembrava que é uma história parcial, já que aborda prioritariamente a versão dos palestinos sobre essa questão. Claro que a questão da Faixa de Gaza, da Intifada e os conflitos no Oriente Médio é muito mais complexo e cheio de nuances do que o que foi abordado, mas é uma boa introdução pra quem tem interesse nessa questão.

Acho que histórias com um apelo forte aos nossos sentimento, histórias pesadas e que envolvem questões além da compreensão de quem nunca viveu nada parecido, quando abordadas através de quadrinhos (é o caso de Maus, do Art Spielgman) transmitem com mais ênfase as sensações, porque além das palavras, as imagens e sentimentos são desenhados, isso nos toca mais, parece mais real.

Vale a leitura, quem tem interesse em jornalismo, guerras e assuntos que envolvem direitos humanos, tem que ler! 

;)

Um comentário:

  1. Senti que ele segue, de certa maneira, a mesma linda de Maus ao abordar esses temas de conflitos, direitos humanos, o sofrimento do povo e o privilégio de outros.... adoro essas histórias, Fabi! Vc me deixou com vontade de ler esses dois!
    Devem ser perfeitos!!
    Bjks

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