quarta-feira, 26 de março de 2014

Tá Lido #46 - Lolita, Vladimir Nabokov

Lolita 

Autor: Vladimir Nabokov
Editora: Biblioteca Folha
Páginas: 360
Sinopse: Irreverente e refinado, este é um dos romances mais célebres de todos os tempos. É também uma aventura intelectual que não deixa ninguém indiferente, um relato apaixonado de uma sensualidade alucinada, uma autópsia implacável do modo de vida americano. De um lado, um homem de meia-idade, obsessivo e cínico. De outro, uma garota de doze anos, perversamente ingênua. A química se faz e dá origem a uma obra-prima da literatura do nosso século. 'Lolita' é chocante, desafia tabus, escandaliza. O livro foi incorporado ao imaginário coletivo da modernidade, e até o nome da personagem tornou-se um substantivo corrente, provas do alcance e da genialidade do autor.

__________________________________****__________________________________

Logo que comecei  a ler Lolita, cometei com a Bel que tinha me surpreendido, porque antes de ler não procurei nada a respeito, mas tinha uma vaga ideia do que se passava, afinal quem nunca ouviu falar de Lolita?
Ledo engano, na minha cabeça Lolita era uma moça sedutora, saindo da adolescência que seduzia um homem mais velho, mas na verdade não é bem assim e o começo me incomodou, me surpreendeu e literalmente quase me fez desistir de ler, mas eu me esforcei um pouco e segui lendo e me apaixonando aos poucos pela história.

Lolita conta a história de um homem (Humbert) que sente desejo e tem fantasias sexuais com ninfetas.
(Significado de ninfeta segundo o dicionário online de português: Menina jovem ou adolescente cujo comportamento ou pensamento estão direcionados para o sexo; menina que incita o desejo sexual.(Etm. ninfa + eta).)

Agora vamos voltar a livro, vou ser sincera e admitir que meu lado moralista ficou chocado com a forma que o livro começou, pensei pronto, agora estou lendo um livro sobre um pedófilo e seus desejos por menininhas, vou confessar tenho uma irmã com quase a mesma idade das ninfetinhas do Humbert e ler sobre esses desejos me causou estranhamento.

Cheguei ao ponto de cogitar abandonar o livro, sério, achei que o Nabokov estava tentando justificar as ações do Humbert, colocando sensualidade nas meninas e usando isso como forma de justificativa, mas eu sou teimosa e decidi terminar esse livro, alguma coisa boa devia vir.

E veio, com o passar da leitura percebi que esse livro não era uma apologia à pedofilia, mas sim um livro que narrava a vida de uma pessoa, seus medos, desejos, necessidades e todas as suas perturbações. Ele coloca as coisas de forma perturbadora, mas não por apoiar, mas por mostrar as duas faces da situação.

No fim acho que esse livro não é sobre pedofilia, mas sobre obsessão, sobre conflitos morais (do personagem e do leitor), sobre conflitos externos e internos, o que é certo e errado e nos coloca ora do lado da Lolita, ora do lado do Humbert.

No fim me compadeci dele, me compadeci dela e de toda a situação, das consequências dos atos dele na vida dela e na vida dele mesmo e continuo achando que uma menina de 12 anos não pode ser considerada culpada, aliás ninguém pode ser culpado de despertar desejo em outra pessoa e nem de sentir desejo por outra pessoa, mas as ações que tomamos e até que ponto podemos ir depende apenas de nós mesmos.


Até a próxima!
 ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se a vontade para compartilhar as suas opiniões e experiências!
Obrigada pela visita!