sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Tá lido #12 - O Grande Gatsby, F. Scott Flitzgerald

Hoje vou falar de um livro que me cativou, me fez amar o escritor e sua simplicidade, a forma clara e bonita de escrever, acho que alguém que consegue simplificar e manter a beleza das coisas tem mais méritos que alguém que usa uma linguagem rebuscada e fica dando voltas a respeito do assunto, mas não diz nada.



O livro se passa nos Estados Unidos depois da Primeira Guerra Mundial e antes da grande depressão, por volta de 1922 e narra apenas a lembrança do verão desse ano e do vizinho de Nick Carraway, o grande Gatsby. Esse livro se passa na era do jazz e em um mundo repleto de luxo, bebidas, festas e muita hipocrisia.
O mais interessante é usar um personagem como narrador de uma história que não é dele e tentar manter esse narrador neutro, como de fato Nick é na história, justamente porque ouviu de seu pai o seguinte: "Sempre que tiver vontade de criticar alguém, lembre-se de que nem todas as pessoas neste mundo tiveram as mesmas vantagens que você.", uma frase que marcou sua personalidade e sua forma de enxergar o mundo e faz com que a história de Gatby seja simplesmente narrada e não julgada.

Gatsby é um jovem rico, que mora vizinho a casa que Nick alugou próxima à Washington depois de deixar Lousiville, no Meio-Oeste, onde sua próspera família vivia e Gasby é um tanto misterioso, ele dá festas, mas quase nunca está presente ou conversa com alguém, toda essa áurea de mistério que o envolve gera um monte de suposições a respeito do que ele faz e de quem ele realmente é, de onde ele vem e o que ele fez pra se tornar um homem rico.

Nick tem uma prima chamada Daisy que é casada com um cara forte e esquisito, ex jogador de pólo chamado Tom e eles se mudaram de Chicago recentemente e moram no outro lado da baía em East Egg, numa casa gigante e por mais que ele tenha visto muito pouco esses primos ele vai visitá-los e conhece a srta. Becker, por quem se apaixona futuramente e de quem ouve a pergunta se ele já foi à alguma das festas do Gatsby, o que o deixa ainda mais curioso.
  
Nick fica por um tempo aguardando um convite para as festas da casa vizinha, curioso para conhecer seu vizinho, até que um belo dia ele é convidado, vai a festa e fica encantado com o clima liberal, a diversidade de estilos das pessoas,  mas o mistério que envolve o Gatsby  é o que mais chama atenção, pois parece que ninguém na festa sabe quem ele é realmente. O ponto central dessa história é justamente esse mistério, o porquê das festas se ele nem sequer aproveita a música, a bebida ou a companhia dos convidados. Quem é essa pessoa que fica sempre distante, olhando para o outro lado da baía e o que ele espera dando essas festas?

Esse livro narra uma história de amor que marcou tanto um coração apaixonado que fez com que a expectativa de viver esse amor guiasse a vida de uma pessoa, fez com que o passado fosse um lugar maravilhoso, o presente uma coisa incomoda e o futuro a continuação desse passado maravilhoso, mas não com um intervalo e sim de uma forma contínua, de onde parou e isso não é saudável, não é possível e gera uma grande expectativa.

A forma que as coisas são descritas é linda, tem toda uma atmosfera da era do Jazz, dos anos 20 e ela é bem narrada  e tem uma poesia simples e muito bonita, as descrições são tão bem feitas que se tornam imagens na nossa imaginação, como nesse trecho no qual Nick descreve uma  convidada bêbada:
" Havia bebido uma boa quantidade de champanhe e durante sua apresentação decidira que tudo era muito, muito triite - não cantava apenas, chorava também. Sempre que havia uma pausa na canção ela a preenchia com soluços arfantes entrecortados e depois retomava a letra num soprano trêmulo. Lágrimas escorriam em contato com os cílios fortemente pintados e assumiam uma cor de tinta ao seguirem o resto do seu caminho em lentos filetes negros. Uma sugestão bem humorada foi feita, de que ela cantasse as notas estampadas em seu rosto..."
No fim do livro me senti como se tivesse lido muito mais, um livro curto que parece longo, essa é a  sensação que este livro me causa, ele é tão simples e ao mesmo tempo tão bonito, tão real que parece que ele é um livro de 500 páginas, um filme de 2 horas ou a vida de algum conhecido ou quem sabe um antepassado que viveu nessa época.

Chego a conclusão que as coisas mais bonitas da vida são as mais simples e essas são mais capazes do tocar e sensibilizar que as que tentam a todo custo embelezar e complicar as palavras.
O Gatsby é um homem simples, com um objetivo complicado e Flitzgerald é um cara complicado com uma escrita simples e ao mesmo tempo densa, uma escrita que enxerga a alma e a transcreve de modo que tenha um pouco de toda a humanidade em cada um de seus personagens.

Agora quero assistir o filme com o Leonardo di Caprio, falando em filme me lembrei de Meia Noite em Paris, do Woody Allen, nele o casal Flitsgerald aparece bastante e é um filme que eu gostaria de viver no mundo dele.

Até mais!
Fabíola

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