sexta-feira, 6 de novembro de 2015

'Tá Lido # 80 -Sartoris, William Faukner

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Acredito que daqui para frente vocês verão muitos livros do Faulkner por aqui, simplesmente li três livros dele esse ano e descobri uma nova paixão, tinha um pouco de receio de dar conta da leitura, mas no fim descobri que ele não é bicho papão e que para lê-lo, basta querer.

Esse livro conta a história da família Sartoris, inclusive alguns personagens aparecem em Santuário, essa família é cheia de personagens orgulhosos, tem uma árvore genealógica que remota a fundação da cidade, juntamente com a ferrovia, criada por John Sartoris (a ferrovia passa no município de Yoknapatawpha que é uma cidade muito presente na obra de Faulkner), eles possuem narizes marcantes e  uma certa tragédia familiar.

Esse livro retrata a memória familiar e como nos romances de Faulkner repete nomes e sobrenomes, o que pode causar uma confusão inicial, além disso, as histórias do passado são base e se interligam com as do presente, o livro todo é repleto de pontos de vista de personagens diferentes, o que nos permite uma visão mais ampla da história em si.

O drama dessa família começa com Bayard Velho (avô dos gêmeos Bayard e John Sartoris, que não é o da ferrovia), um homem bem posicionado e temido na sociedade local, que decidiu acolher a viúva Tia Jenny (minha personagem preferida do livro), depois que seu marido Bayard da Carolina morreu. A Tia Jenny é quem conta parte da história da família, além de cuidar dos geniosos Sartoris, ela caracteriza a personalidade deles e explica suas ações por meio da história da família.

Além da família principal os empregados tem uma voz bem participativa no livro, suas histórias se misturam, ora eles são quase vistos como parte da família e ora são tratados quase como animais. A questão racial se torna meio evidente também, em alguns momentos os negros são preconceituosos, em outros os brancos.
E sob o aspecto do racismo a Guerra de Sessesão e depois o da Primeira Guerra Mundial também.

 Outra coisa genial é a forma como a modernidade entra em cena, como os costumes vão aos poucos modificando o ambiente da história, mas mesmo assim os vehos erros se repetem, como se além de herdar o nariz, os mais jovens herdassem também os defeitos e falhas de caráter dos ancestrais.

É uma história de decadência familiar, mas pode ser vista  como decadência da humanidade, muitas coisas podem ser lidas nas entrelinhas, é um livro que merece releitura, porque nãos esgota em um leitura só (sinto isso com todas as minhas leituras de Falkner até agora).
De todos os livros que li até agora do Faulkner esse me pareceu o mais complexo, o que eu fui menos capaz de sugar informações.

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