Título Original: The casual vacacy
Autor: J.K. Rowling
Editora: Nova Fronteira
Número de Páginas: 512
Skoob :: Goodreads
Avaliação: 5 estrelas e Favorito!
Sinopse: Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas?
Antes de começar a escrever resenhas, eu pensava que escrever sobre os livros que eu gostasse bastante fosse algo fácil. Ledo engano meu. É muito complicado traduzir um sentimento de adoração em palavras, de modo que, quem venha a ler a resenha, consiga entender e, claro, sentir o tanto que eu gostei do livro.
Pois bem, eu adorei o livro. Muito. E por vários motivos. Para começar, simplesmente por ser uma obra de J.K. Rowling e que, mesmo passando pelo processo da tradução, a narrativa continua maravilhosa, coerente e com uma história de tirar o fôlego.
Outro motivo que me fez gostar muito do livro é que sua história se passa em uma pequena cidade do interior da Inglaterra, com sua rotina toda detalhada, como as pessoas se relacionam entre si, como se comportam diante de cada situação. Eu moro em uma cidade bem pequena, portanto, tudo o que Rowling escreveu é totalmente válido, vi muito de minha cidade no livro, vi muito do comportamento das pessoas da minha cidade nessa história.
A autora faz uso constante do cliffhanger nos capítulos. Cada capítulo vai contar a história de um núcleo familiar da cidade de Pagford. Entretanto, naquele momento que você mais deseja saber o que acontece, ela fecha o capítulo e deixa o resultado para o próximo. Porém, o capítulo seguinte vai tratar sobre outra família e outra situação e, no final deste capítulo, ela vai deixar mais um cliffhanger. Ou seja, é uma leitura que faz você querer saber o que vai acontecer a cada capítulo. Você vai continuar lendo para saber o desfecho de determinada situação. Quando menos se percebe, chega o final do livro, com seu final maravilhoso e acabou e não tem mais.
Apaixonei-me tanto na história que, assim que terminei o livro, fui direto para a internet procurar alguma notícia de adaptação da história para as telinhas. Encontrei algumas notícias a respeito e a BBC adquiriu os direitos para adaptação para a TV, como seriado. Realmente creio que seja o mais ideal para o livro, por ser longo demais e rico demais em detalhes para apenas duas horas de filme.
Em minha opinião, o título foi muito bem traduzido. "Morte Súbita" refere-se à morte repentina que se dá logo no primeiro capítulo de Barry Fairbrother, o benfeitor da cidade, por aneurisma. Sua morte deixa uma vaga no conselho da cidade. E, claro, não é apenas uma morte qualquer. Barry é muito querido por todos e, além dessa vaga no conselho, sua partida deixa uma lacuna na vida de muitas pessoas. Falta um pai, um amigo, um governante.
O título em inglês é voltado para o efeito de uma morte súbita, The casual vacancy, enquanto o título em português focou na causa da vacância. Achei bem interessante. E bem escolhido também foi o sobrenome de Barry. Fairbrother = Irmão justo. Perfeito para ele.
Não é uma história que vai trazer ação, magia e coisas legais, como Rowling fez em Harry Potter. Aliás, essas obras só tem em comum mesmo a autora. A história desse livro é feita para incomodar as pessoas. Ninguém na história é perfeito. Não tem mocinho ou mocinha. Todos possuem defeitos e qualidades, todos possuem seus esqueletos dentro do armário, até mesmo o querido Barry. Ela retrata de forma nua e crua a maldade que um ser humano pode ter para conseguir o que quer ou ainda aquela luta interior para ser uma pessoa melhor, porém as atuais circunstâncias não deixam seguir em frente.
O livro vai tratar também sobre vários problemas que qualquer cidade enfrenta. Drogas, estupro, prostituição, pobreza, fome, falsas amizades, problemas familiares, traição. E, acima de tudo, é uma história sobre perdas. Nada que o mundo de hoje não enfrente.
Não é uma história nem um pouco leve. A maioria das cenas são extremamente densas, há sexo, maus tratos e palavrões, mas nada de forma gratuita, pelo contrário. É tudo muito bem encaixado e na dose certa.
Muitas pessoas podem achar a leitura da primeira parte do livro um pouco arrastada, mas não. É muito importante e vai valer muito para o restante da história entender como cada núcleo familiar enfrenta a morte de Barry. Pois justifica e nos faz entender o motivo de atitudes tomadas pelos personagens durante o enredo.
Enfim, é um livro real, que retrata as imperfeições humanas em cada linha. Nós vemos um pouco de nós mesmos em cada personagem, tanto um pouco de nossas imperfeições quanto um pouco de nossas qualidades. O engraçado é que, no final das contas, não teremos um personagem assim favorito. Nós nos apaixonamos por todos e odiamos todos, assim como acontece na vida.
Pode ser exagero, mas foi um dos melhores livros que eu já até hoje. Me tocou muito mesmo.
Se você ainda tem alguma dúvida quanto ao livro, não o julgue por Harry Potter. As histórias são muito diferentes e voltadas para públicos diferentes. Leia, é a única coisa que eu posso lhe dizer, leia!
Um abraço.
Não se esqueça de seguir o blog!
Um abraço
Bel VF ♥
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade para compartilhar as suas opiniões e experiências!
Obrigada pela visita!