domingo, 15 de março de 2015

{Fabi] 'Tá lido # 70 - Farenheit 451, Ray Bradbury



Este livro é considerado como uma das grandes distopias clássicas. As distopias são baseadas em “realidades alternativas”, pós-colapso social, econômico ou fruto de guerras e destruição em massa.

Nesse livro especificamente é um mundo pós-guerra, onde as casas são a prova de fogo, os livros foram banidos, ou melhor, queimados pelos bombeiros (outra coisa que caracteriza muito as distopias é a restrição à informação e a cultura) e a televisão (acesso controlado as informações) e uso de pílulas (drogas) como fatores de alienação e de satisfação pessoal.



Tudo isso pode ser visto também como uma crítica social, uma crítica á indústria do entretenimento, esse livro foi escrito em 1953, um mundo pós-segunda guerra, em que a televisão estava em alta e as armas nucleares eram assunto em pauta, causavam medo e muitas vezes insegurança. 

Além disso, Bradbury deixa claro como um governo repressor que desacredita o pensamento livre, o direito de escolha e o acesso ao conhecimento (nos anos 50 existia uma forte censura do governo americano aos artistas, pois se acreditava que muitos deles eram comunistas/ socialistas ). 

Nada é muito explicito, como na bíblia as coisas são ditas de forma lúdica, usando de metáforas e cada pessoa que ler esse livro vai se importar com uma coisa mais que outra, mesmo que eu seja uma amante dos livros, a crítica a censura e ao acesso ao conhecimento me chocam mais que o próprio ato de queimar os livros.

Mesmo porque o conhecimento pode ser transmitido de outra forma, o livro é apenas uma delas, um objeto que carrega uma história criada por uma ou mais pessoas. O perigo não é destruir os objetos, mas os criadores, tornar as pessoas tão alienadas e dependentes de outra fonte de formação de ideias que não seu cérebro.

Pode parecer uma coisa distante, mas por escolha própria as pessoas deixam de se questionar, de discutir e discordar hoje em dia, usar o acesso à informação de modo tão incorreto é ao meu ver pior que não ter acesso à ela.

Numa realidade (real) em que as pessoas usam frases prontas e lugares comuns pra se expressar, onde ser diferente não é muito aceitável, os jovens parecem saídos de uma linha de produção (ouvem as mesmas músicas, leem os mesmos livros, vestem as mesmas marcas e se comportam da mesma forma) por escolha não me parece assim tão assustador não ter acesso a informação.

Outro ponto que me incomoda nesse livro é que ele é um pouco embolado, demora muito para desenvolver e a própria narrativa é cheia de pontos altos e baixo, os personagens são rasos (tirando um ou dois), não consegui me apegar com o personagem principal até quase o fim do livro, o que tornou a leitura mais arrastada.

Mas é sim um livro que vale a pena ser lido, um livro muito bom, com uma crítica social ácida e com om mote bem interessante.


Quem ai já leu, concorda?

Até a próxima!







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Ficha técnica:

ISBN-13: 9788525052247/ ISBN-10: 8525052248
Ano: 2012
Páginas: 215
Editora: Biblioteca Azul
Avaliação pessoal:

Sinopse: Farenheit 451 - Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. Agora, o título de Bradbury, que morreu recentemente, em 6 de junho de 2012, ganhou nova edição pela Biblioteca Azul, selo de alta literatura e clássicos da Globo Livros, e atualização para a nova ortografia.
A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes.
O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.
Fahrenheit 451 tornou-se um clássico não só na literatura, mas também no cinema. Em 1966, o diretor François Truffaut adaptou o livro e lançou o filme de mesmo nome estrelado por Oskar Werner e Julie Christie



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